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Um jovem casal vivendo a experiência de viver em outro país.

sábado, 13 de junho de 2015

Poupança para a imigração

Vamos falar de dinheiro?


Fonte imagem:http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfP4QAK/cartilha3-planejamento-financeiro



Após ler uma matéria interessante sobre finanças pessoais na VOCÊ S/A de Maio/2015 (http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/204/ )pensei em contar um pouquinho aqui pra vocês como vai nosso planejamento financeiro para a imigração.

Acho que será um post longuinho, porque não tem como não ser. Vou tentar resumir ao máximo em tópicos.

Bom, quando começamos o Projeto QC (como gosto de chamá-lo), não tínhamos um centavo para imigrar. Inclusive estávamos com a conta negativa devido às decisões que tomamos que não veem ao caso.

Quando iniciamos o planejamento, sentamos e pensamos: OK. Queremos imigrar, mas como?

Não tínhamos dinheiro para o francês, para o processo, para uma viagem de reconhecimento para o mari, não tínhamos dinheiro para imigrar! Precisávamos rever nossas finanças e ver a quantidade de caldo que podíamos espremer dessa laranja.
Eu tentava fazer nosso planejamento financeiro há mais de 3 anos, mas nunca conseguia. Não conseguíamos montar e acompanhar uma planilha simples de planejamento. Ou se conseguíamos planejar, não conseguíamos nos ater ao plano. Sempre gastávamos mais, estourávamos o cartão de crédito e aí virava uma montanha de juros no cheque especial.
Foi aí que estruturamos uma planilha simples no final de 2013 com todos os nossos custos mensais de 2014, 2015 e 2016. Confirmamos o que já sabíamos. Nossa situação precisava melhorar do contrário nosso desejo não seria realizado. Dessa reflexão, saíram algumas ações:

SAINDO DOS JUROS DO CHEQUE ESPECIAL
Tomamos um empréstimo consignado na empresa que trabalho a juros baixíssimos na época para substituir o alto juro do cheque especial. Substituir a dívida atual por uma mais barata é recomendado pelos especialistas em finanças pessoais.

MORADIA
Há quase 3 anos financiamos nosso primeiro imóvel em 30 suaves prestações (antes do projeto QC). E isso comprometia grande parte de nossa renda, pois havia além da prestação a despesa de condomínio.

Ações tomadas:
- Locamos o apartamento para cobrir os custos de prestação e condomínio;
- Locamos uma casa de fundo de 3 cômodos para morarmos por 50% do custo que tínhamos e parte da renda da locação do apartamento ainda cobriu os custos.
Pensamos em vender o imóvel para quitar a dívida de financiamento e utilizar o restante do valor para a imigração (chegamos até anunciá-lo) mas pela demora na venda decidimos pelo aluguel que foi bem mais rápido e mais tarde decidiremos o que fazer.

TRANSPORTE
Financiamos um carro zero no início de 2013.

Ações imediatas:
Vendemos o carro para nos livrar dos custos de combustível, IPVA, Seguro e manutenção. Passamos a andar de ônibus (coisa que eu detesto em minha cidade), e nos surpreendemos o quanto é mais barato e nem tão sofrido assim quando se tem um objetivo. Ah. Utilizo o fretado da empresa para locomoção ao trabalho e meu marido utiliza o coletivo.

LAZER
Não viajamos mais, mas não deixamos de fazer pequenas coisas que nos dão prazer como ir ao cinema, levar nossas sobrinhas para passear (adoramos isso) reunir a família para um bom churrasco de domingo. Porém o orçamento foi bem reduzido. Mas.. Coisas grandes como viagens internacionais ou até mesmo nacionais foram postas em 5º plano (exceção ao séjour do mari que entrou no planejamento).

ALIMENTAÇÃO
Nos ativemos ao meu vale refeição e vale alimentação fornecidos pela empresa que era mais que suficiente para passarmos o mês. Eliminamos os gastos supérfluos no supermercado. Começamos a fazer compras mais conscientes, nos atendo ao saldo do cartão que começou a sobrar algumas vezes.

PLANEJAMENTO DE PRIMEIRO ANO NO CANADÁ.
Bom, iniciamos a montagem do budget para o primeiro ano canadense. Somos um casal simples e nossa meta era ter um recomeço tranquilo no Canadá considerando o tempo de 6 meses para um dos dois estar empregado ganhando ao menos um salário mínimo.

DISCIPLINA FINANCEIRA PARA POUPAR.
Definimos metas mensais para atingir o objetivo de quanto queríamos na poupança na chegada ao Canadá. Essa meta de poupança mensal, tornou-se como uma parcela de uma dívida que deveríamos pagar todo mês (inclusive agendei todos os depósitos automaticamente de nossa conta corrente para poupança). Acompanhamento semanal nos primeiros 6 meses fez parte da disciplina e logo passamos a acompanhar quinzenalmente e depois semanalmente, tratando os desvios (óbvio que ainda existiam mas infinitamente menores e eram tratados logo no mês seguinte).

ENGAJAMENTO DE TODOS OS INTEGRANTES DA FAMÍLIA
Outro ponto crucial é todos estarem engajados na execução do planejamento. Temos sim que falar de dinheiro nas conversas domésticas e qualquer decisão que envolva o mesmo deve ser discutida e tomadas em conjunto. O objetivo da poupança deve ser claro e do contrário correm o risco de não serem alcançados.

RESULTADO
Ainda não chegamos no Canadá, mas agora na reta final para o Plano B (college, especialização, sei lá ainda, com dinheiro temos as opções mais abertas) nossa poupança está seguindo o planejado e com certeza atingiremos nossa meta.
Recomendo a todos a fazerem essa reflexão pessoal antes de acharem que realmente tudo está perdido, e que não podem realizar seus projetos. Na internet há muito conhecimento sobre o tema que pode auxiliar muito. Os que mais leio são:

Gustavo Cerbasi, autor do livro Casais Inteligentes Henriquecem Juntos
Mauro Halfeld especialista em finanças pessoais e comentarista da rádio CBN Dinheiro.

Logicamente, tudo o que eu falei trata-se de nossa realidade, já que somos um casal sem filhos e de hábitos de consumo muito simples o que torna algumas decisões um pouco mais fáceis de serem tomadas. O que é supérfluo pra nós, pode não ser supérfluo pra vocês!

Fiquem a vontade para comentar. Enriqueça-nos com suas experiências. Espero que este post contribua de forma positiva para vocês futuros imigrantes.

À toute à l’heure.


Julie.